Alunos do C.E. Luís Augusto Barros escrevem textos sobre a cidade de São Mateus

Um trabalho realizado pela Professora Iraíce Queiroz no C.E. Luís Augusto Barros trouxe dois artigos que fazem com que os alunos expressem sua opinião através desse gênero literário que é usado em vários blogs que é o Artigo de Opinião, faz com que fomente o desejo pela escrita e pela argumentação. É importante estar preparado para produzir esse tipo de texto, pois em algum momento poderão surgir oportunidades ou necessidades de expor idéias pessoais através da escrita.

Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos.

O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Parabéns aos alunos e à professora.

Segue os dois textos.

Texto 01.

Gênero: Artigo de Opinião

C. E. Luís Augusto Barros

Texto produzido por Ewla de Sousa Santos, aluna do 3º ano noturno da referida escola

O lugar onde vivo

Conhecida como a cidade das bicicletas, o lugar onde vivo é São Mateus do Maranhão e tem aproximadamente 39.000 habitantes. Minha cidade ganhou autonomia política em 23 de setembro de 1963, com o advento da BR 135. O povoamento tomou considerável impulso populacional com o desenvolvimento do comércio e aparecimento das primeiras indústrias de beneficiamento de arroz.

A população ganhou autonomia política, mas isso não lhes dava garantias de que os governantes escolhidos cumprissem com suas promessas eleitorais, e isso se perdura até hoje, pois nenhum dos governantes escolhidos não fez valer suas palavras.

Mas eis que surge alguém com força e coragem para mostrar a que veio, para ser a voz do povo que há muito havia se calado, para mostrar a realidade que estava maquiada de promessas e inverdades, e ele tinha um meio para isso, a TV local, onde pode expressar, através de suas palavras e conhecimento da situação vivida por nós são mateuenses, sua indignação pela falta de interesse do atual governante. O mesmo promoveu manifestações, passeatas e discursos onde tinha o apoio da população, que a meu ver foi muito importante essa união, para que fosse concretizada a vontade dos eleitores.

O então prefeito de São Mateus resolveu pedir o fechamento da TV local, mas perdeu a causa, pois a liberdade de impressa é uma máxima social no Brasil atual, em vez da falsa impressão que dão os ditadores. Do meu ponto de vista, o silêncio é típico da ditadura e não deve adornar a democracia que se coaduna melhor com o ruído cada vez mais agudo da imprensa livre, que por vezes é atacada sem argumentos sólidos e provas cabais.

Segundo a ANATEL as TVs de São Mateus estavam fora dos padrões legais e por conta de tantas farpas e ofensas trocadas pelas duas emissoras foi melhor fechá-las por uma política de paz. A liberdade de imprensa é necessária, mas não vemos como necessário a diminuição ou tentativa de denegrir a imagem de ninguém basta ter bons argumentos e fatos que comprovem a verdade.

E que minha querida São Mateus possa finalmente ser agraciada pelo progresso social, educacional; onde mentes manipuladas e moldadas por uma política que banaliza o direito do cidadão seja apenas uma triste e distante lembrança.

Texto 02.

Gênero: Artigo de Opinião

C. E. Luís Augusto Barros

Texto Produzido pela aluna Paula Silva, estudante do 2ª série( Ensino Médio) da escola referida.

Minha querida São Mateus

No lugar onde vivo, há aproximadamente 39.000 habitantes, segundos dados do IBGE, com muitos aspectos negativos, a administração pública deixa muito a desejar.

Nas últimas eleições para prefeito houve uma grande revolta da população contra o atual prefeito que havia sido reeleito, segundo o lado vencido, graças a fraudes, pois a diferença foi apenas de 22 votos. Segundo Marco Aurélio Barreto, atual juiz de direito da comarca de São Mateus do Maranhão “ Não houve e não haveria como fraudar as eleições, tudo isso foi um grande equívoco”. De fato concreto, nada foi provado e até que se prove o contrário, todo culpado é inocente. Porém, eleitores insatisfeitos se indignaram com o passar do tempo, percebido que nenhuma providência que seria tomada. Resolveram fazer um protesto, firmados na certeza de fraude, saquearam e queimaram o patrimônio público, prédios como: câmara municipal, prefeitura, secretaria de saúde, etc. Precisou vir a força tarefa de Bacabal (uma cidade vizinha) para conter os protestantes.

A minha cidadezinha saiu até no Jornal Nacional onde foram mostradas imagens de vandalismo. São Mateus, minha pacata cidade, ficou conhecida no Brasil inteiro como violenta. Pensamos que não foi um protesto, mas um crime, ademais, de nada adiantou tudo isso, quem perdeu fomos nós mesmos. O dinheiro que foi gasto com o aluguel de prédios (sim, porque nenhum dos prédios depredados, foi reconstruído), poderia ter sido usado em outros benefícios, não se pensou no bem comum e sim no individualismo, o impacto se reflete até

Hoje, uma questão coletiva, virou pessoal. O mais impressionante é que quem participou dessa manifestação não foram pessoas que possuem baixa escolaridade e sim, pessoas esclarecidas, e isso se torna ainda mais controverso.

Quem argumenta a favor cita que estava na hora da população tomar uma providência, o que foi destruído era de todos, portanto estavam no nosso direito. Elisfrank Silva Brito- advogado- afirma que essa manifestação foi desnecessária, além do mais, um crime, onde todos os envolvidos deveriam sim ter sido punidos, porém nada aconteceu.

Compreendemos que a justiça não se faz com as próprias mãos. Devemos nos unir para construir, somar e não destruir e dividir. Somos capazes de transformar com a argumentação. Levantamos a bandeira da paz, sonhamos com uma São Mateus onde nossa brava gente compreenda que precisamos todos olhar na mesma direção.