Apesar do Sarney, voto Dilma 13 Presidente, para o Brasil seguir Mudando!
*Genilson Alves
Caro companheiro Cleyton Ferreira,
Tenho acompanhado seu blog e me deliciado com as postagens que tratam dos mais diversos interesses, sempre no esforço em democratizar a informação e permitir um debate democrático acerca dos temas que motivam o conjunto da sociedade. Parabéns!
Elogio ainda sua coragem em refletir sobre os problemas da nossa querida terra de São Mateus. Somente o debate e a reflexão poderão clarear o obscurantismo responsável pelos péssimos indicadores sociais da nossa cidade. Gostaria de contribuir um pouco no debate, trazendo minha contribuição.
Na oportunidade, quero me manifestar sobre o que está em jogo nestas eleições presidenciais que se encerram no do dia 31/10.
Tenho lido em seu blog reportagens abordando a disputa entre Dilma e Serra ou entre Serra e Dilma, sempre em uma visão favorável ao tucano. Absolutamente legítima. Quero agora dialogar fraternalmente com você e seus leitores e trazer minha opinião.
O que de fato está em disputa nesta eleição? Uma briga entre dois políticos que querem o poder a qualquer custo? Ou será que representam dois projetos antagônicos, duas concepções distintas sobre o Estado e democracia brasileira?
Penso que representam interesses absolutamente distintos.
Falta qualificar o debate acerca das escolhas para o futuro deste país, a ser definido no dia 31, no segundo turno. Não basta se associar ao PIG (Partido da Imprensa Golpista – Globo, Folha, Estadão, Veja, etc.) e reduzir a agenda de debate a uma interpretação religiosa sobre o aborto, por exemplo.
Serra representa o modelo neoliberal da concepção do estado. O tal “estado mínimo”, onde o governo intervém o mínimo possível no “mercado’; defende a redução do papel do estado na condução da política econômica; redução do investimento na área social para alcançar o “equilíbrio fiscal”; são a favor das privatizações e arrocho salarial no serviço público; o econômico está sempre à frente do social e os movimentos sociais são tratados como caso de polícia, vide o caso MST. E o principal: governam para os mais ricos, para as elites desse país. É o jeito PSDB/PFL de governar.
O resultado desse modelo o Brasil já conhece: submissão aos Estados Unidos e FMI, desemprego em massa, altas taxas de juros, venda do patrimônio público a preço de banana (lembra o preço da VALE e a Telebrás?), arrocho salarial, ALCA (lembras?), subserviência no cenário internacional (recordas que o ministro Lafer teve que tirar os sapatos pra entrar no EUA?), míseros centavos de aumento no salário mínimo e aos aposentados, greves e falta de investimentos nas universidades públicas, pobreza extrema e falta de perspectivas para o conjunto da sociedade brasileira. Serra representa os interesses dos setores mais conservadores e reacionários da política brasileira.
Votar no Serra significa voltar a esse passado que o país não sente saudades.
Dilma, por outro lado, não representa apenas a ela, mas a uma concepção de estado de combate ao conservadorismo, em busca de uma sociedade justa, fraterna, uma sociedade socialista, construída pelas forças de esquerdas que resistem historicamente aos avanços do capital no Brasil.
Por representar um governo de desenvolvimento nacional, que priorizou o social sem desmerecer o econômico, que ousou combater as injustiças históricas onde alguns podem estudar e a maioria não, de alguns poderem se alimentar e morar e a maioria não ter esse direito, por representar uma ampla maioria de marginalizados e empobrecidos que querem o direito de consumir e ter acesso aos direitos fundamentais, Dilma enfrenta a ira e o ódio das elites que não aceitam até hoje que um operário termine seu governo com 81% de aprovação e deseja continuar a condução das políticas com uma mulher na presidência, em um país marcadamente machista como o nosso. Não sozinha, mas com os movimentos sociais, sindicados, federações de trabalhadores e os partidos políticos de esquerda como o PDT, PC do B, PSB, PCB e as forças de centro/direita.
“Nunca antes na história desse país” se assistiu a uma campanha tão sórdida, preconceituosa e difamatória para ocupar a cadeira presidencial. Algo parecido apenas com Collor em 1989.
Mas não podemos ser mesquinhos e levianos pra deixar de reconhecer a política externa altiva, com o respeito internacional, a geração de perto de 14 milhões de emprego (quantos saomateuenses trabalham fora ajudando as famílias graças ao emprego?), o desenvolvimento econômico, os avanços sociais com a ascensão de 40 milhões de brasileiros que viviam na mais absoluta pobreza e hoje tem o direito de se alimentar com o Bolsa Família,o luz para todos, o Prouni, os institutos federais, as vagas na universidade, os concursos, o programa dos direitos humanos, a questão de gênero colocada no centro do debate, a política racial inclusiva, o direito ao consumo, o poder de compra do salário mínimo, as obras na infra-estrutura, o patrimônio chamado Petrobras, e o principal: o amor próprio, o sentimento de brasilidade e elevação da auto-estima do povo brasileiro.
Defender as conquistas do governo Lula não significar concordar com tudo. Temos que ter a capacidade de uma avaliação crítica. Nem tudo são maravilhas e
é preciso avançar muito. Resolveremos os problemas de 510 anos em apenas oito? Não avançamos ou muito pouco na questão ambiental, na reforma agrária, na reforma tributária no Congresso e, especialmente, na questão política.
Como resolver o problema da maioria política no Senado? E as questões de corrupção? É possível fazer muito mais. São, portanto, dois projetos absolutamente diferentes, representados por duas visões distintas da política. O que está em jogo é algo muito mais importante, é o futuro do país, que sociedade queremos para nossos filhos e gerções futuras. Não dá pra escolher o próximo presidente apenas por “simpatia”.
Alguns preferem escamotear a realidade e trazer para o centro do debate questões como a do aborto, em uma interpretação puramente religiosa do tema. Antes de tudo, cabe ao Congresso legislar e não ao presidente da república; depois, é a sociedade que tem de debater um tema que é, acima de tudo, uma questão de saúde pública. Ou é justo que os ricos tenham o direito de serem bem assistidos nas melhores clínicas do país, e os filhos dos pobres devem morrer a míngua, na clandestinidade, em clínicas de fundo do quintas e a gente fingindo que milhões de brasileiras não são mortas em conseqüências do aborto?
Não pode é essa “guerra santa” das igrejas conservadoras contra Dilma, em contraponto a uma escalada eleitoreira/religiosa de Serra. Até beijar os pés de são Francisco de Assis ele foi!!! Ou não vivemos em um estado laico, como prevê a Constituição, onde a política e religião estão separados? Vamos retroagir para o fundamentalismo religioso, com sermões, panfletos de padres, a serviço dos interesses da elites, como no Oriente Médio?
A CNBB Oficial condenou a campanha de parte da igreja contra Dilma, separando as coisas. Pra resumir basta avaliar as opiniões serenas e convictas, contrárias a posição de religiosos fascistas, de Dom
Tomás Balduíno, Dom Xavier (MA), ou expoentes cristãos como Leonardo Boff e Frei Beto, todos apoiadores de Dilma, que aliás se manifestou pessoalmente ser contra o aborto.
Alguns ainda preferem culpar o Brasil pelos problemas que vivemos no Maranhão. Não é difícil ouvir alguém dizer “Vou votar no Serra porque sou contra Sarney”; ou ainda “Votar na Dilma é votar em Roseana”. Mesmo Miltinho Aragão, do PSB que apóia Dilma, que supostamente votou em Dilma no primeiro turno, hoje está defendendo o voto em Serra, no 45 (na verdade ele já votou no 45 para federal e para senador, portanto tem afinidade política). Das duas uma: ou ele não compreende o que está em jogo nessas eleições ou agiu movido pelo oportunismo eleitoral ao anunciar voto em Dilma no 1º turno, já que estaria alinhado à ideologia tucana. Pura sandice.
Não podemos confundir as coisas e punir o Brasil, e os milhões de brasileiros, a pretexto de se vingar do Sarney, votando em Serra. Não dá pra ser contra o que a Direção Nacional do PT fez conosco no MA, intervenção no PT/MA, e em resposta defender o oposto, o atraso e o retrocesso representado pela turma do FHC.
Alguém tem alguma dúvida de que o velho oligarca manterá os mesmos privilégios caso Serra vencesse as eleições? Quando o Sarney perdeu os cargos federais aqui? Nunca. Sarney foi da ditadura a Lula, passando por Collor e FHC. O partido dele é o do poder, sempre chantageando, vendendo votos no Congresso. Serra conciliara imediatamente, pois tem menos apoio político que Dilma no Congresso.
Não é o Brasil que vai resolver o problema do Maranhão (o estado é o que mais recebe bolsa família, sinônimo de pobreza também), mas sim os maranhenses, como fizemos com Flávio Dino, hoje referência da esquerda e que vota na Dilma. Como fazem Ciro Gomes, Eduardo Campos (PSB), Welligton Dias (PT/PI), Tarso Genro, Brizola Neto (PDT), Carlos Lupi, Paulinho da Força, Luis Erundina, Emanuela Dávila, Cristovam Buarque e tantos outros quadros políticos respeitados no país.
Que alguém tenha suas divergências contra o PT, o maior partido de esquerda da América Latina, tudo bem; defender, porém, o regresso do modo PSDB/PFL de governar o país já é demais. Em matéria de corrupção todos lembram que a turma do FHC/Serra/PFL tem PHD. Lembram do Engavetador Geral da República de FHC?
Não voto no 13, na Dilma, por causa do Sarney, Collor, Renan, Jader, Roseana, Lobão, Alcione, Maluf,etc. Voto no 13, na Dilma, por causa do Projeto que ela representa, assim como fazem Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Beth Carvalho, Fernando Moraes, Marilena Chauí, Maria da Conceição Tavares, Frei Beto, Emir Sader, Leonardo Boff, Ziraldo, Paulo Betti, Chico César, Palmério Dória, Paulo Henrique Amorim ,Gilberto Gil, Domingos Dutra, Bira do Pindaré, Manoel da Conceição, Mino Carta, Elenira Mendes (filha de Chico Mendes) e milhões de brasileiros que sonham em viver com dignidade nesse lado do hemisfério.
A sociedade tem o direito de escolher livremente e a democracia só se consolida quando o debate é feito de forma transparente, sem preconceitos ou semeando o ódio. Por acreditar que o dinheiro não compra tudo e que a política não serve apenas aos corruptos, alimento o sonho de contribuir na construção dessa sociedade livre, igual, justa e fraterna, uma sociedade socialista. Com luta, coragem e determinação é possível libertar o Maranhão e São Mateus. As urnas já falaram isso. É nisso que acredito. Haveremos sempre de endurecer, sem perder a ternura jamais. Genilson Alves vota, portanto, Dilma 13 Presidente, para o Brasil Seguir Mudando.
*Genilson Alves é jornalista e membro da Executiva Estadual do PT/MA.
filho de São Mateus
2 comentários:
A PERSEGUIÇÃO DO GENILSON CONTRA MILTINHO JÁ ESTA DEMAIS, CARA FAZ A TUA GENILSON E DEIXA AS OPINIÕES E A VONTADE DOS OUTROS SEGUIREM EM PAZ...TÚ TA CONFUNDINDO AS COISAS, SE T´´U NÃO QUER...LARGA LOGO E SEGUE O TEU DESTINO, MAS NÃO FICA FALANDO DO MILTINHO POR AI SEJA INTELIGENTE, FALAR MAL DE MILTINHO É PERDER VOTO CERTO...SE LIGA CARA!
NO 1º TURNO DAS ELEIÇÕES VOTEI EM MARINA SILVA. AGORA NO 2º TURNO ESTAVA PROPENSO A VOTAR EM SERRA. MAS CONFESSO QUE ESTOU EM DUVIDAS SOBRE ISSO. APOS LER O ARTIGO DO GENILSON ALVES, COMECEI A REFLETIR SOBRE ISSO.REALMENTE TENHO QUE ADMITIR QUE O BRASIL AVANÇOU MUITO. NÃO PODEMOS TENTAR IMPEDIR ISSO PQ FULANO OU BELTRANO, DE QUEM NÃO GOSTAMOS, ESTARÁ JUNTO NO GOVERNO. QUERER IMPEDIR O MARANHÃO DE CRESCER NESSE MOMENTO MOSTRA QUE PICUINHAS PESSOAIS ESTÃO ACIMA DO BEM ESTAR DO POVO MARANHENSE. CRESCE EM MEU CONCEITO O GENILSON ALVES, QUE DEMONSTRA GRANDEZA COM ESSE PENSAMENTO. SE EU VOTAR NA DILMA, FOI POR CAUSA DO GESTO DO GENILSON EM NOS PRESENTEAR COM ESSE CHOQUE DE REALIDADE.PARABENS PELO TEXTO.QUE OS ALIADOS PENSEM ASSIM E NÃO FAÇAM MAIS REUNIÕES PARA PEDIR VOTOS PARA O TUCANO SERRA. PENSEM COM O TEXTO DO FILHO NOBRE DESTA TERRA.
Postar um comentário
Para fazer comentário use sua Contas do Google como a do gmail, orkut entre outros. Qualquer comentário aqui postado é de inteira responsabilidade do seu autor.Comentários com palavras ofensivas e xingamentos serão excluídos.É livre a manifestação do contraditório desde citado o titular. De já agradeço.