Em
momento de reveillon, usamos muito os dizeres "ano novo, vida nova",
mas para o povo do Maranhão, o presente de ano novo se apresenta da pior
maneira possível, nossa população ostenta os piores indicadores de
Saúde do Brasil, aqui as políticas de Saúde são somente factóides, que
contribuem para que vidas sejam ceifadas dia após dia; doenças como
Hanseníase e Tuberculose que foram erradicadas na maioria dos países do
mundo alcançam no Maranhão patamares cada vez maiores, em virtude da
falta de compromisso do Estado em coordenar e estruturar a atenção
básica; o Programa Saúde da Família (PSF) funciona precariamente na
maioria dos munícipios, e o estado cruza os braços, pois não exerce seu
papel fomentador e fiscalizador da execução e aplicação dos recursos da
saúde. No Maranhão o estado abdicou do seu papel na gestão da Saúde,
onde nos governos anteriores de Roseana a Saúde não construiu um
Hospital sequer, e quiz o destino que em 2010, coincidentemente no ano
das eleições que a "Virtuosa" Governadora resolvesse construir de uma só
vez 74 hospitais em todo o estado, com todos inaugurados e funcionando
até o fim de 2010, até aí tudo bem, pois essas unidades de saúde
diminuiriam o grande abismo médico-hospitalar entre o Maranhão e as
outras unidades da federação, o problema é que esses hospitais não
saíram do papel e quase todos estão com obras extremamente atrasadas;
porém, mesmo que esses hospitais fossem todos inaugurados em tempo
hábil, isso não mudaria a triste realidade do nosso povo, pois nas
primeiras aulas de qualquer estudante de Gestão em Saúde, um dos
conceitos que aprendemos é o da Hierarquização e o da Regionalização, o
que significa que municipios menores terão unidades de saúde menores, e
em não resolvendo referendam seus casos para as unidades de maior
complexidade em municípios maiores ou centrais (microrregiões), as
microregiões não resolvendo encaminham os casos para as Macrorregiões
que seriam as unidades de alta-complexidade, formando uma rede de
referência e contra-referência, com o objetivo de resolver a maioria dos
agravos em saúde, o que foi ignorado na elaboração do plano de
concessão dos 74 Hospitais.
Os
problemas não param por aí....não temos hospitais no interior, os
hospitais se ficarem prontos não serão equipados pelos municípios, e só
serão equipados pelo estado se houver aprovação de aditivos para as
obras executadas, aliás, todas sem licitação, sem nenhum planejamento
prévio, e sem respeitar as necessidades regionais; e em sendo equipados
também não funcionarão pois o estado nunca desenvolveu nenhuma política
de formação de recursos humanos para a saúde, e há mais de quinze anos
não realiza concursos públicos para a saúde; mas talvez o objetivo de
Roseana e seus assessores seja esse, como não temos profissionais
passaremos o controle e a administração dos Hospitais nascentes às
OSSIP'S, pré-fabricadas ou talvez compradas nos corredores de Brasília,
como as denunciadas pela mídia (Talvez se não tivesse visto não
acreditaria...) mas “meninos, eu vi...”, e iguais a essas temos dezenas
espalhadas pelo estado, ICN, CONSAEMA, CENTERVITA, etc..., é a
privatização, é o CAOS....; também não temos uma política de Urgência e
Emergência, o governo Federal criou as UPA'S em todo o país para
diminuir as filas no Pronto-Socorros do Brasil, porém, como tudo no
Maranhão é reinventado para que alguém se dê bem, aqui foram prometidas 7
UPA'S só em São Luís, o estado já construiu duas, uma no Itaqui-Bacanga
e outra no Paque Vitória que ainda não funcionou, as outras três são na
Cidade Operária, Vila Luizão e Bairro de Fátima, porém o que fizeram os
gestores de Roseana, se aproveitaram de unidades de Saúde do Estado que
já funcionavam perfeitamente servindo à população, e adaptaram
transformando-as em UPA'S 24H, se valendo de recursos que eram para
construir novas unidades, o PAM da Cidade Operária e o Hospital da Vila
Luizão virarão UPA'S, e ninguem faz e nem fala nada !!!
Na
atenção de Alta-Complexidade observamos uma situação que chega a ser
pior que a das outras esferas de atenção, o estado inteiro conta apenas
com uma unidade de Alta-complexidade credenciada para atender ao SUS,
que é o HUUFMA, faltam leitos de UTI adulto e UTI Neonatal em todas as
Macrorregiões (São Luís, Imperatriz, Caxias e Pinheiro), faltam leitos
de Emergência, faltam leitos Eletivos, faltam profissionais
Especialistas (Médicos, Enfermeiros, Bioquimicos, Fisioterapeutas,
etc...), falta simplesmente tudo....
Companheiros
e companheiras, são por estas razões, que eu não acredito que a
participação do PT no Governo vai mudar as vidas e os destinos dos
Maranhenses mais pobres que morrem nas filas dos Hospitais por falta de
atendimento médico, isso acontece principalmente porque o Sistema não
funciona, e a atual Governadora não tem interesse de modificar nada
dessa realidade, porque muitos dos problemas que temos hoje foram
criados por sua política equivocada, ou melhor pela falta de políticas
sérias para o setor saúde, e a nós trabalhadores da Saúde, Sindicalistas
da Saúde só nos resta, resistir, lutar e denunciar....Sorte a nossos
irmãos, pois eles vão precisar....
Tomara que 2011 tenhamos muita saúde !!!!
Saudações Socialistas,
Raimundo Fonseca
Médico Ortopedista
Mestre em Ciências da Saúde
Professor UEMA-Caxias
Diretor de Políticas de Saúde – Sindicato dos Médicos do Maranhão
Militante da Saúde e do PT de São Luís
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