Pobre Rua Verão



Maximiano Bezerra

Não tinha nada
Não era asfaltada
Era feita de pedra e chão

Oh! Saudade como dói!

Esta dor ultrapassa fronteira,
Ainda ouço os estalos das petecas,
O pião ainda roda na calçada
O sol ainda torna o dia lindo,
Vejo as andorinhas saindo dos ninhos
E subindo
E no alto se unindo
Para a dança do inverno
Sobre a torre da matriz...

Ai que saudade da Rua Verão!

Vejo as pipas penduradas nos fios elétricos
Ainda ouço as piadas e o assobio
Da turma debaixo da varanda,
Naquele tempo ainda se ouvia ciranda
Nas vozes das crianças...

Ai que saudade da rua verão!

Como lar eu tinha o número quarenta e quatro,
Como luz a Praça da Matriz,
Para o futuro nenhum projeto,
Tudo lindo
Tudo certo
No presente que eu tinha nas mãos...

Ai que saudade da rua verão!

Sem nada pra esconder
Tudo consistia em viver
A mais pura das fases da vida,
A infância...
Da janela
Mamãe gritava
Chamando-me para o almoço.
Puxa como era gostoso ser dengoso!

Daquela enorme onda de prazer
Que saudade minha amiga,
Minha linda Rua Verão...
Um dia voltarei
E sobre ti caminharei
Até que o cansaço me sufoque
Te sentirei com o maior dos prazeres
De alguém que tem sede de amar
E depois de toda uma busca
Finalmente pode saciar esse desejo...

Minha pequenina
Meu coração está contigo
E você está comigo
Por isso seremos sempre...Irmãos.

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