Nesta
quarta-feira (22/6), chega a São Luís as ministras dos Direitos
Humanos, Maria do Rosário, e da Igualdade Racial, Luiza de Bairros.
Pelas (des)informações das páginas do jornal da oligarquia, elas vêm
ver o mar de rosas de como tudo vai bem no Governo do Maranhão nessas
áreas.
Pura
balela. Vêm porque foi o compromisso que o Governo Federal estabeleceu
com 19 lavradores e 02 padres para suspenderem uma greve de fome,
semana passada, por conta das denúncias da violência no campo no
Maranhão.
Vêm ouvir as lideranças rurais que denunciam o estado de violência e assassinato no campo que ronda o Maranhão dos Sarneys.
Seria
bom que não ligassem a TV no Sistema Mentira, que não folheassem o
jornal da oligarquia e que lessem o editorial do jornal Vias de Fato.
Ficariam melhor informadas da situação maranhense...
Leia abaixo.
Editarial do Jornal Vias de Fato (www.viasdefato.jor.br) em 18/06/2011
"Um show de cinismo!
Foi isso que alguns maranhenses assistiram, no último dia de 13 de
junho, por volta das 19 horas, quando o jornal da TV Mirante (ligada à
rede Globo) informou que, naquele dia, “vândalos entraram na sede
regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), reviraram e quebraram
tudo”. A matéria reconheceu o fato de haver membros da coordenação
local da CPT ameaçados, mas, deixou no ar a possibilidade de ter sido
um assalto. Uma rápida fala do Padre Clemir também foi veiculada. E
ponto final.
A
matéria confundiu muito mais do que explicou. Ela serviu,
principalmente, para os donos da emissora (grupo Sarney) tentar passar
para a opinião pública que não têm nenhuma relação com os tais
“vândalos”, quando, na verdade, estes são os eternos capangas de
latifundiários, protegidos pelo mesmo grupo Sarney, os cínicos donos da
mesma TV Mirante.
Estamos
falando de um fato dramático. No ano de 2011, em pleno século XXI, a
sede da Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Maranhão, localizada no
centro da capital, em São Luís, foi invadida durante a madrugada do dia
13 de junho. E esta invasão é resultado do clima de violência e de
total impunidade vivido num Estado onde a oligarquia/máfia de José
Sarney, o presidente do Senado Federal, continua mandando - e
promovendo desmandos - no INCRA, no Tribunal de Justiça e no Governo do
Estado.
A
notícia realmente importante é que a CPT, ao lado de lavradores
quilombolas ameaçados de morte, esteve participando da coordenação de
um acampamento feito na Praça Pedro II, em frente à sede do Tribunal de
Justiça e do Palácio dos Leões, indo em seguida para a sede do INCRA,
no bairro do Anil. O acampamento durou entre os dias 1º e 10 de junho e
denunciou a violência e a impunidade, colocando o governo Roseana e o
grupo Sarney entre os principais responsáveis por este problema do
Maranhão.
O
que não pode ser escondido é o fato de dois padres da CPT e 19
lavradores ameaçados, terem feito greve de fome, durante o acampamento
do INCRA, para chamar a atenção para o problema da impunidade e da
violência no Maranhão. A greve foi suspensa junto com o acampamento no
dia 10 de junho e, nas primeiras horas do dia 13, a sede da CPT foi
invadida.
É
fundamental registrar - junto com a notícia da invasão da sede da
Pastoral - que estes lavradores e os dois padres só suspenderam a greve
e desocuparam a sede do INCRA, quando uma Ministra de Estado assumiu o
compromisso de vir ao Maranhão para ouvi-los. E neste caso, tem que ser
dito que, apesar do governo Dilma andar de braços dados com a máfia
maranhense, apenas uma autoridade federal poderia resolver o impasse.
Para os acampados, os representantes do Governo Roseana não valem um Cibazol. Prova
disso é que quatro secretários de estado assinaram um documento
endereçado a eles e a proposta foi recebida com indignação, considerada
ridícula, com ninguém levando a sério o documento assinado por
Conceição Andrade (Secretária de Desenvolvimento Agrário), Claudett de
Jesus Ribeiro (Secretária de Igualdade Racial), Luiza de Fátima Amorim
Oliveira (Secretária de Direitos Humanos) e Aluízio Guimarães Mendes
Filho (Secretário de Segurança).
A
oligarquia/máfia tem o poder para segurar e manipular processos em
diferentes tribunais, indicar ministro de Estado e eleger seus
apadrinhados na base do abuso de poder político e econômico. Porém, vem
de longe o fato de todo este poder ser colocado contra a população do
Maranhão, especialmente, contra os mais pobres, caso de trabalhadores
rurais (lavradores), ameaçados há décadas pelo avanço do latifúndio, da
grilagem de terras e da violência no campo. As organizações populares
pagam um preço alto por ficar ao lado das vítimas dessa estrutura de
poder.
Hoje, a
grande imprensa, controlada pela oligarquia-máfia, só fala em
desenvolvimento e em grandes projetos. Sobre a violência no campo e
seus verdadeiros responsáveis, o assunto é tratado, por esse mesmo
sistema de comunicação, como se o problema fosse na lua.
Nos últimos anos, após
a volta de Roseana ao governo, aumentou no Maranhão o número de
assassinatos no campo. O Poder Executivo (com o auxílio de figurinhas
carimbadas do Judiciário) acoberta os mandantes desses crimes.
Os casos ocorridos recentemente em Açailândia e São Vicente Férrer
(noticiados em edições anteriores deste jornal) são escandalosos e
estão aí para provar o que estamos afirmando.
O Maranhão sobrevive sob o manto da impunidade. O poder institucional do Estado está a serviço do crime organizado.
No caso da terra, as instituições defendem os interesses dos grandes
grileiros. Com isso, o latifúndio se esparrama e o clima de barbárie se
instala em várias regiões. Isso já foi dito outras vezes neste jornal.
E será repetido, sempre que for necessário.
Em
2009, tocaram fogo em uma associação de lavradores quilombolas da
Baixada e o governo de Roseana não apurou as responsabilidades. Em
2010, mataram o presidente dessa mesma associação (Flaviano Pinto Neto)
e, até hoje, os mandantes estão soltos. Outra liderança da comunidade
do Charco, conhecido como Manoel do Charco, vive sob a proteção da
Força Nacional. E agora, em 2011, a residência do vice-presidente da
mesma associação, Almirandir Pereira, foi alvejada com 3 tiros. Por
último, invadiram a sede da Comissão Pastoral da Terra, localizada em plena Rua do Sol, no centro de São Luís.
E a
TV Mirante diz que a Policia vai investigar. É mesmo? E Roseana? Quer
que investigue? E Sarney? E João Alberto? Estão todos preocupadíssimos
com o caso de “vandalismo”? É o cúmulo do cinismo!
O
caso da CPT merecia (no mínimo!!!) uma entrevista com o secretário de
segurança do Estado. Quanto à secretaria de Direitos Humanos essa não
adiantaria ouvir, afinal, ela efetivamente não existe, só servindo para
distribuir umas "medalhas" no final do ano.
Encerramos
lembrando que, em julho de 1969, José Sarney assinou a Lei de Terras do
Maranhão e abriu as portas do estado para os grandes grileiros,
tumultuando o processo de regularização fundiária e provocando êxodo
rural e violência no campo. Em 2011, a oligarquia-máfia criada por ele
(com Roseana no papel de porta estandarte) fala em desenvolvimento e de
grandes projetos, mas, na verdade, permite que os ladrões de terras
(travestidos de empresários e pecuaristas) atuem como se estivessem no
século XIX.
Mas,
havia uma vantagem naquele tempo. Pois, no século XIX, os coronéis,
chefes dos pistoleiros, não tinham uma emissora de TV para confundir a
opinião pública e acobertar, cinicamente, os verdadeiros culpados pela
violência e pela impunidade."
fonte: http://ecosdaslutas.blogspot.com/
fonte: http://ecosdaslutas.blogspot.com/
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