IRMÃ LUCINETH, O PT, OS MEIOS E FINS SEGUNDO OS CONSELHOS DE MAQUIAVEL.

Por *Juvenil Gonçalves
Juvenil Gonçalves

Muitos são as interpretações para a citação do célebre pensador florentino Nicolau Maquiavel: “OS MEIOS JUSTIFICAM OS FINS” ou o contrário.

Para o teólogo jesuíta Herman Busenbaum que escreveu o manual de ética em 1645 (em latim) denominado Medulla theologiae moralis. Lê-se:
cum finis est licitus, etiam media sunt licita ("Quando o fim é bom, também são os meios"). Mas ele quis dizer que ser cristão é acreditar que pelos meios justos é que podemos chegar aos fins. Para outros intérpretes do pensamento, Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo, mas sim que os fins determinam os meios, isto é, de acordo com o objetivo é que se traçam os planos de como atingi-lo.

É demais por comum ouvirmos essa citação nos quatro cantos desse mundo de meu Deus. Esta polêmica e discutida afirmativa não pode ser abrangida sobre todos os aspectos das situações que vivenciamos no nosso cotidiano porque ela não condiz como uma verdade absoluta. Uma pessoa para alcançar o seu objetivo, usa desculpas e age para ajudar a um amigo ou ente querido, munindo-se de métodos ilegais e imorais. No seu modo de pensar, essa pessoa tem o entendimento que se o fim a ser alcançado é ético, os meios (seja quais forem) utilizados para atingi-lo, estão justificados.


Trazendo esta polêmica para os últimos acontecimentos na política de São Mateus do Maranhão com a aliança de Genilson Alves com o desgastado prefeito Francisco Rovélio e a posterior desfiliação de uma das grandes reservas éticas desse estado, a ex-freira e agora bacharel em direito Lucineth Machado, esta sistemática merece uma reflexão mais profunda.

Irmã Lucineth, em sua carta de desfiliação do PT (Partido dos Trabalhadores), deixou claro e evidente a sua tristeza e indignação com tal atitude tomada pelos burocratas do partido em âmbito nacional, estadual e municipal. Na interpretação do conteúdo da redação ela mostra que, como Advogada e pessoa de bem, se fosse contratada por um cidadão qualquer para defender os seus direitos e usasse de recursos que contrariam o fim visado, que é fazer justiça, estaria cometendo um ato extremamente contraditório ao seu código de ética pessoal. Um profissional ou pessoa pública tem, em primeiro lugar, que observar a situação como um todo, e não apenas partes dela. Se o meio é fazer com que a justiça aconteça, de forma alguma cometendo outras tantas injustiças é que terá cumprido o seu dever que é o fim. Na concepção de Irmã Lucineth, no caso em foco, o fim, não justifica os meios, porque estes se chocam contra os seus princípios. 


Portanto, se a intenção for boa, os meios utilizados devem ser também bons, justos e morais. Qualquer tese só pode ser derrubada por uma antítese. Caso contrário será reforçada em vez de anulada. Os fins nem sempre justificam os meios. É preciso que os meios sejam coerentes com os fins objetivados. Não se pode combater um mal com um mal maior ou equivalente. E, acima de tudo, é preciso que o homem não seja, jamais, usado como meio para se chegar a fins que não tenham relação direta com a sua felicidade e progresso intelecto-moral.

*Criticas e sugestões:  juvenilcosta@gmail.com
 Juvenil Gonçalves, escreve poemas, contos e é colaborar de alguns jornais comunitários. 

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