O óbvio ululante

Mateus Costa

O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Tocantins, Ercílio Bezerra, disse ao presidente nacional da OAB, Cezar Britto, e ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO),o que todo mundo sabe: "Juízes e promotores trabalham muito pouco no Brasil. O que falta, realmente, é vontade de trabalhar".

A crítica foi feita em encontro no Senado, onde se discutiu, entre outros temas, a lentidão no julgamento de processos. Ercílio desmentiu a tese difundida por muitos, de que a máquina judiciária só não funciona no Brasil em razão da avalanche de recursos protelatórios.

Para Ercílio, é necessário exigir de juízes e de membros do Ministério Público que, efetivamente, trabalhem. "Não é possível que um servidor, não importa a sua categoria, chegue ao trabalho às 14h e o deixe às 17h. Se todos esses operadores do Direito cumprissem com a sua função e, efetivamente, com sua jornada de trabalho, certamente a máquina judiciária brasileira não sofreria com tanto entrave", lamentou.

O presidente da OAB-TO lembrou, ainda, outros aspectos que acabam por reduzir a jornada, já curta, principalmente de magistrados: o fato de muitos serem professores, atuarem como empresários e desenvolverem uma série de funções paralelas à atividade principal. "Há até mesmo aqueles que trabalham às terças, quartas e quintas e retornam às cidades de origem no final da semana", exemplificou Ercílio. "Dizem que a máquina judiciária não funciona em razão dos inúmeros recursos. Não é verdade. Falta, mesmo, é vontade de trabalhar".

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