Será?

Mateus Costa

Durante sabatina promovida pela Folha de S.Paulo dia 24, na capital paulista, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, evitou deixar claro se tem ou não planos de ser candidato a algum cargo político. Questionado se descartava sair candidato a presidente do STF, ele respondeu: "Nem cuido, nem descuido. Não me cabe responder isso ainda". O ministro chegou até a brincar dizendo que viajava muito por ser candidato, ao ter sua agenda de compromissos comparada com a da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como nome do PT à Presidência em 2010. "É que somos candidatos", disse.

As manifestações contra o ministro ecoaram dentro e fora do auditório. Um espectador interrompeu a entrevista, falando sobre o silêncio de Mendes a respeito de Protógenes Queiroz e do juiz Fausto De Sanctis, do Tribunal Regional Federal de São Paulo. "Foi ele (Protógenes) que transformou o senhor numa estrela". "O senhor nos deve explicações por ter soltado (Daniel) Dantas", disse ele. O sócio-fundador do Banco Opportunity chegou a ser preso duas vezes na Satiagraha. Mendes mandou soltá-lo nas duas ocasiões.

Nos minutos finais da sabatina, formou-se um tumulto em um dos acessos ao auditório. Cerca de 20 estudantes tentavam entrar com cartazes e bandeiras para protestar contra o presidente do STF, mas foram impedidos pelos seguranças do ministro. Assim que o evento foi encerrado, com Mendes ainda no palco, ouviram-se gritos de "fascista" e "criminoso". Constrangido, ele cumprimentou alguns poucos convidados e entrou na coxia do palco.Na saída, manifestantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e do Psol pediam cassação para Mendes, prisão para Dantas e "medalha" para Protógenes.

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