Série 50 Anos. Sarney cassou o primeiro prefeito eleito do município



O povoamento de São Mateus começou em 1942, quando chegaram à região o piauiense Absalão Cândido Feitosa e outros quatro companheiros. Aproveitando as terras férteis e as excelentes pastagens do lugar, o pequeno grupo de pioneiros desenvolveu atividades voltadas para a lavoura e a pecuária, complementando sua subsistência com a caça e a pesca, aí encontrada em abundância.

Com a construção da BR-135, o povoado por eles fundado, no local hoje conhecido como Piqui, se expandiu para as margens da rodovia. A região, então, tomou grande impulso econômico, graças ao desenvolvimento do comércio e do setor de serviços, este em decorrência do tráfego de veículos de transporte de cargas e passageiros pela BR. Desmembrado de Coroatá e Bacabal, o município de São Mateus do Maranhão foi criado pela Lei Estadual nº 2.170, de 26 de dezembro de 1961.

Dos 15 prefeitos que o município teve até hoje – considerando-se um que foi nomeado, dois interventores e o presidente da Câmara, Antonio Carlos Montelo Sousa, que assumiu duas vezes no lugar de Francisco Rovélio que voltou ao poder por conta de liminares–, três já foram cassados.

O primeiro prefeito de São Mateus eleito democraticamente também foi o primeiro a ser cassado. Marcos Antônio Pinheiro Neto assumiu a prefeitura em 10 de janeiro de 1963, mas em setembro de 1966 foi cassado pelo governador da época, o hoje presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).

Pinheiro, que não apoiara Sarney na eleição de 1965, foi acusado pelo sarneysista Milton de Oliveira Curvina (que viria a ser o 5º prefeito de São Mateus) por um suposto desvio de verbas da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), nunca devidamente provado. Sarney aproveitou-se da edição do Ato Institucional nº 3, editado em fevereiro de 1966 pelo regime militar, que dava amplos poderes aos governadores, e cassou Marcos Pinheiro tão logo recebeu a denúncia de Milton Curvina.

Francisco Moraes de Araújo também foi afastado do cargo, por improbidade administrativa. Ele assumiu a prefeitura em 15 de março de 1983 e teve de sair em dezembro de 1984, sendo substituído por seu vice, Getúlio Amorim Cardoso, que administrou o município até fevereiro de 1985. Hoje Getulio tem um processo em tramite e julgado por improbidade administrativa

Uma liminar reconduziu Francisco Moraes ao cargo e ele governou até agosto de 1988, quando o interventor Roberto Ferreira passou a ocupar o posto.

1. Leandro Mendonça Nunes, prefeito nomeado (19.01.1962 a 10.01.1963)
2. Marcos Antonio Pinheiro Neto (1963 a 1966)
3. Acioly da Costa Nunes (1966 a 1969)
4. Adelson Paraguaçu Nina Brandão (1969 a 1973)
5. Milton de Oliveira Curvina (1973 a 1977)
6. José de Sena Rosa (1977 a 1979)
7. Vicente Martins da Silva (1979 a 1983)
8. Francisco Moraes de Araújo (1983 a 1984)
9. Getúlio Amorim Cardoso (1984 a 1985)
10. Francisco Moraes de Araújo (1985 a 14.08.1988)
11. Roberto Ferreira (interventor, 15.08.1988 a 09.12.1988)
12. Antonio Pinheiro Neto (interventor, 09.12.1988 a 01.01.1989)
13. Sérgio Luís Carvalho Pires (1989 a 1992)
14. Getúlio Amorim Cardoso (1993 a 1996)
15. Francisco Rovélio Nunes Pessoa (1997 a 2000)
16. Ana Maria Nunes Correia de Castro (2001 a 2004)
17. Francisco Rovélio Nunes Pessoa (2005 a 2008)
18. Francisco Rovélio Nunes Pessoa (2009 até hoje, com dois curtos períodos de cassação em que assumiu o presidente da Câmara de Vereadores, Antonio Carlos Montelo Sousa, do PSC)


Fonte: Jornal Pequeno.

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