Tritão e Iara

Por *Julio Ribeiro

Eu rio um rio, doce e frio pra nadar, quando tu vem rindo faceira me perguntando “como tá”. E eu respondo todo prosa, querendo te empurrar na correnteza do meu riso, pra dentro das pororocas dos mais distantes rios a gente se encontrar.

E pergunta “coméquetá”, a sua mãe, a sua tia. Quero ser da tua família, me chame um dia pra almoçar, eu levo galeto e guaraná. E tu ri assim, com um jeito todo inocente, mas é verdade o que tu sente, eu sinto no teu olhar.

E ri um rio, e eu pulo de cabeça, e se tiver jacaré, eu me apronto pra matar. Não que eu seja corajoso, longe disso, sou medroso, mas é que um rio assim tão lindo, não é todo dia de se achar.

E a gente nada junto, açude abaixo caçando alegria, sem nunca se separar, deus me livre, ave maria, não se larga uma sereia depois de se encontrar. Prometa pra mim baixinho, que isso tudo vai durar.

E se não virar o feriado, a gente ri mais um bocado. E se você me escapar, te pesco numa tarrafa, e nem rezando reza braba você deixa de me amar. Levo pra casa pra mostrar, que sereia existe sim, São Pedro te mandou pra mim, e sozinho mais não vou ficar.

Agora deixe de nove hora, largue tudo e vamo embora, desbravar o mundo afora de matos e capivaras, vão ouvir a nossa história, o Tritão e a Iara, que saíram mundo a fora, pra endoidar de se amar.


(*Julio Ribeiro , filho de São Mateus do Maranhão, estudante de Direito no Campus de São Luís da UFMA .
Passou em terceiro na sua
modalidade de 12 vagas.)

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