Ontem
Ontem
havia fogueiras,
Pipas
e piões
Nas
ruas de São Mateus,
Havia
uma porção de gente miúda para brincar
Um
campo enorme para jogar bola
E
uma grande praça para ser admirada...
Ontem
o presente era mágico e soberano
Do
início ao fim do ano
O
futuro bárbaro
Era
insignificante para o universo da minha mente
Ontem
o amanhecer trazia o sol
Por
entre as palmeiras de buriti do brejo
Para
no crepúsculo pintá-lo de vermelho
Com
as piçarras da barriguda
Ontem
havia um milhão de amigos
Na
rua da minha casa
E
eu tinha dezenas de lugares para ir
E
nenhum problema para resolver...
Ontem
havia violeiros
Nas
festas de aniversários de meu pai
E
um montão de animais falantes
Nas
histórias que minha vó contava...
E
cânticos eternos
No
matinal do novenário
Das
festas do padroeiro...
Ontem
as pessoas conversavam
Ao
redor das fogueiras de São João
Ontem
o tempo era um irmão precioso,
Mas
todos retornaram pra casa quando parti...
Fecharam
as portas e as janelas
Apagaram
as fogueiras
As
pipas pousaram
Os
piões pararam de rodar
E
ninguém veio abrir-me a porta...
Estou
do lado de fora...
Sem
poder entrar
Na
casa da minha infância.
Essa poesia acima está no
último livro de MAXIMIANO BEZERRA.
0 comentários:
Postar um comentário
Para fazer comentário use sua Contas do Google como a do gmail, orkut entre outros. Qualquer comentário aqui postado é de inteira responsabilidade do seu autor.Comentários com palavras ofensivas e xingamentos serão excluídos.É livre a manifestação do contraditório desde citado o titular. De já agradeço.